Em uma análise exclusiva realizada pelo Spotify em comemoração ao Mês da Mulher, dados revelam um crescimento expressivo no consumo de artistas mulheres brasileiras no streaming, tanto localmente quanto globalmente. De acordo com informações obtidas pela CNN, nos últimos cinco anos (2018-2023), houve um notável aumento de 252% no consumo dessas artistas no Brasil e de 234% globalmente.
Para compreender os motivos por trás desse crescimento significativo, a CNN conversou com Rodrigo Azevedo, editor de música do Spotify Brasil. Azevedo aponta diversas razões que contribuíram para esse fenômeno, destacando a presença crescente de artistas mulheres em gêneros musicais que anteriormente eram predominantemente masculinos, como o trap, funk e pagode.
“Nos últimos 7 anos, testemunhamos um crescimento notável no sertanejo com artistas como Marília Mendonça, Maiara e Maraísa, Simone e Simaria. Isso abriu espaço para que o público brasileiro passasse a valorizar e consumir mais vozes femininas”, observa Azevedo.
O editor de música também destaca o aumento das colaborações que envolvem mulheres como um fator chave nesse crescimento. “Observamos muitas colaborações importantes acontecendo, com grandes artistas masculinos trazendo pelo menos uma ou duas participações femininas em seus projetos”, acrescenta.
Entre as músicas mais ouvidas no Spotify durante o ano de 2023, o top 3 é composto exclusivamente por mulheres: Ana Castela, Marília Mendonça e Simone Mendes. Já o 4º e 5º lugar são ocupados pela dupla Israel & Rodolffo, mas com canções que contam com a presença de mulheres: Ana Castela novamente e Mari Fernandez.
Rodrigo Azevedo destaca Mari Fernandez como um fenômeno significativo dentro do boom musical de 2021 e uma das maiores artistas desde então. Sobre Ana Castela, Azevedo a vê como um caso interessante, surgindo no final de 2020 e início de 2021 com o movimento agronejo.
“A influência das mulheres não se limita apenas à música, mas também à estética e moda. Quando falamos sobre a estética boiadeira, por exemplo, é interessante notar como artistas como Ana Castela trazem novos conceitos que influenciam não só a música, mas também a forma como nos vestimos e nos expressamos culturalmente”, comenta o editor de música.
O aumento substancial no consumo de artistas mulheres reflete não apenas a diversificação do cenário musical brasileiro, mas também uma mudança cultural mais ampla, onde as vozes femininas estão sendo cada vez mais valorizadas e reconhecidas tanto no Brasil quanto globalmente.
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