Consumo de Streams
Por Alessandro Soler, de Madri
Mais da metade dos usuários de internet do Brasil usou algum serviço de streaming no ano passado, revela um abrangente estudo mundial conduzido pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês). Entre os 13 maiores mercados globais para a música, o Brasil (nono no ranking) está em quarto tanto em uso de streaming (52% do total de usuários de internet de 16 a 64 anos de idade) como em streaming pago (26%). Bem à frente de mercados mais avançados como Japão (11% e 7%), Estados Unidos (41% e 20%), Reino Unido (37% e 18%) e França (43% e 12%). No quesito legalidade, aliás, estamos na companhia de países que há anos vêm revertendo a curva da pirataria generalizada que marcou o início do consumo musical pela rede. São nações como Suécia (sede mundial do Spotify), Coreia do Sul e Espanha, que, junto conosco, ajudaram o streaming pago a ter um salto de 20% em relação a 2015.
A difusão do consumo de música pela internet, que, no auge da pirataria, causou um terremoto na indústria musical – e que hoje é vista como sua salvação – se manifesta em diversos hábitos. Por exemplo, o aumento do uso de smartphones, que, com 55% do total das músicas escutadas na internet em 2016, superou os computadores de mesa ou notebooks (45% do total). No Brasil, o consumo por smartphones é ainda maior: 69%, atrás apenas dos mexicanos (77%) e sul-coreanos (75%) e bem à frente dos estadunidenses (54%) e dos japoneses (39%). Estes últimos, aliás, constituem o segundo maior mercado musical de música e um dos bastiões onde sobrevivem as mídias físicas (CDs e LPs, principalmente), o que explica a baixa penetração do streaming.
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