O artista paulistano AKÉ chega ao seu terceiro lançamento oficial com a impactante faixa “MONSTROS”, uma composição que desafia rótulos e transita por diversos estilos musicais, como rock, rap e MPB. Com 6 minutos e 14 segundos de duração, a música se destaca tanto pela riqueza instrumental quanto pela profundidade lírica, trazendo reflexões sobre a saúde mental e os desafios pessoais e sociais enfrentados pela juventude negra no Brasil contemporâneo.
“MONSTROS” é resultado de um processo criativo que levou mais de dois anos para ser concluído, tamanha a dedicação de AKÉ e do produtor Dennis Ragonha. A faixa reúne quatro participações especiais, começando com “menino thito”, que enriquece a música com seus vocais e a melodia dos violinos. O rapper “RAS” se une a isso para construir um enredo lírico potente, enquanto a cantora “Monaju” traz intensidade ao coral final, resultando em uma obra coletiva de grande sensibilidade.
Um dos elementos mais marcantes de “MONSTROS” é o uso de samples. AKÉ incorpora um trecho da música “Na Hora do Almoço”, de Belchior, cuja mensagem atemporal ecoa os mesmos dilemas envolvidos pela faixa. A amostra traz a voz de uma geração passada que dialoga com os problemas e sentimentos enfrentados hoje, ampliando o impacto da narrativa. Além disso, a música começa com um trecho da entrevista da cantora Simaria ao jornalista Léo Dias, no qual ela recita em português o poema “Still I Rise” de Maya Angelou, renomada poetisa norte-americana. Este fragmento poético ajuda a introduzir a temática de “MONSTROS”, reforçando a força e a resiliência daqueles que lutam contra seus próprios fantasmas.
Ao longo de seus minutos, “MONSTROS” revela os sentimentos e as batalhas internas dos artistas, ao mesmo tempo em que reflete sobre as dificuldades sociais que enfrentam como jovens negros no Brasil. A letra e a melodia se entrelaçam em um retrato sensível e necessário de questões como saúde mental e superação. Com sua sinceridade e relevância, AKÉ entrega uma obra que transcende o simples ato de ouvir, convidando o público a refletir, sentir e, acima de tudo, reconhecer os próprios monstros com coragem e empatia.
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