Tendo em vista que os grandes players e os principais artistas representam mais de 90% da receita de streaming ou dos pagamentos feitos pelas plataformas de streaming, é improvável que as medidas de combate à manipulação de streams sejam suficientes para gerar lucro ou receita positiva para essas plataformas. Essa realidade se deve ao fato de que a maior parte dos pagamentos é destinada aos grandes players da indústria fonográfica.
Enquanto não houver transparência e regulamentação claras para o setor de streaming, é provável que os artistas independentes sejam os mais prejudicados. Atualmente, parece que eles estão arcando sozinhos com as supostas fraudes e regras estabelecidas pelas plataformas de streaming.
É importante ressaltar que os contratos e termos entre artistas e distribuidoras muitas vezes não garantem o direito de defesa ou o direito ao contraditório de forma integral nem mesmo parcial.
Muitos desses contratos, que são padronizados, incluem cláusulas que limitam ou proíbem os artistas independentes de buscar seus direitos na esfera judicial. Isso significa que, na prática, os artistas não podem recorrer ao judiciário caso discordem das ações ou medidas tomadas pelas grandes distribuidoras ou players do mercado.
Essa falta de equidade nos contratos pode perpetuar ainda mais a desigualdade entre os artistas independentes e os grandes nomes da indústria musical. Enquanto os contratos padrão prevalecerem e os artistas independentes não tiverem voz para defender seus interesses, o cenário de desigualdade e falta de transparência provavelmente persistirá no mercado de streaming musical.
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