“Rio de Oro” não é apenas o nome de um rio que serpenteia ao longo da costa marroquina, seguido pelos pioneiros da lendária Aéropostale desde Cap Juby até Saint-Louis, no Senegal. É também o título do mais recente álbum de Jean de Aguiar, um projeto que navega entre o jazz, ritmos latinos, baladas melancólicas e acordes brasileiros. No coração de tudo, está a guitarra de Jean, liderando a dança com suas seis cordas, em uma jornada que reflete toda uma vida dedicada à música.
O Álbum: Rio de Oro
Jean de Aguiar tem uma formação sólida em violão clássico, tendo estudado com mestres renomados como Alberto Ponce e Raphaël Andia. Detentor de um mestrado em guitarra barroca, sua paixão pela música sul-americana, pelo jazz e pela improvisação o levou a explorar diversos gêneros e a compor para programas de televisão, longas-metragens de animação e filmes publicitários. Seus álbuns anteriores, Acoustica (2019) e Acoustic Player (2021), marcam seu retorno ao violão acústico, seu instrumento favorito, e são testemunhos de sua busca por uma alquimia entre a pureza e a sofisticação, fundindo jazz, música clássica e world music.
Uma Jornada Musical Eclética
O álbum Rio de Oro apresenta um repertório diversificado, que combina tanto composições próprias quanto arranjos de clássicos. Jean de Aguiar é acompanhado por uma série de músicos talentosos, criando uma rica tapeçaria sonora que vai além das fronteiras de qualquer gênero musical.
Faixas em Destaque:
- Cria Cuervos – Uma interpretação para violão solo da trilha sonora do filme Cria Cuervos, originalmente composta por Frederico Mompou.
- Reviens Toujours – Com a participação de Jean de Aguiar no violão e Joana Martinez no contrabaixo, essa faixa reflete a melancolia e beleza da composição.
- Lonnie’s Lament – Um clássico de John Coltrane, que ganha novos contornos com saxofone alto e marimba.
- La Chanson d’Hélène – Música do filme Les Choses de la Vie, de Philippe Sarde e Jean Loup Dabadie, que aqui aparece com vibrafone, contrabaixo, violão e vocais.
- The D.Song – Uma composição original de Jean de Aguiar, que explora o saxofone alto e marimba.
- Creole Blues – Uma homenagem a Sidney Bechet, com guitarra, contrabaixo e samples.
- La Luna – Uma composição autoral que se destaca pela combinação de guitarra, contrabaixo, vibrafone e vocais.
Equipe Criativa:
O álbum foi gravado no Studio Garage, em Paris, e a sonoridade refinada é resultado do trabalho de Bernard Natier na gravação e mixagem, com assistência de Ruben Perez. Jean de Aguiar é acompanhado por um grupo excepcional de músicos, incluindo:
- Joana Martinez no contrabaixo
- Jonathan Salvi no vibrafone
- Remilson Nery nos vocais
- Alain Debossiat no saxofone alto e flauta
- Xavier Mertian na marimba
- Pedro Barrios nas percussões
Conclusão:
“Rio de Oro” é mais do que um simples álbum, é uma travessia musical rica em texturas e influências culturais. Jean de Aguiar conduz essa jornada com maestria, utilizando seu vasto conhecimento musical e sua habilidade com o violão para criar uma obra que transcende estilos e que certamente agradará os fãs de jazz, música clássica e world music. Para os ouvintes, essa é uma oportunidade de navegar pelo rio dos sons, levado pelas mãos de um verdadeiro mestre das cordas.
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