Em um episódio recente do podcast do Music Business Worldwide, o fundador do MBW, Tim Ingham, se junta a Rasty Turek, fundador e CEO da Pex, empresa responsável por rastrear e analisar conteúdo protegido por direitos autorais em serviços digitais.
De acordo com a tecnologia da Pex, mais de um milhão de faixas em serviços de streaming de áudio como Spotify, Apple Music e TIDAL apresentam um problema para os detentores de direitos musicais. Essas faixas, chamadas pela Pex de “áudio modificado”, são originalmente aceleradas, desaceleradas ou manipuladas de alguma forma e, em seguida, enviadas como uma nova gravação.
O principal problema para a indústria da música? A menos que essas faixas tenham licenciado legalmente a gravação original na qual são baseadas, elas infringem os direitos autorais. Além disso, estão desviando royalties dos artistas originais em questão.
A Pex forneceu vários exemplos de faixas “aceleradas” em plataformas de streaming de áudio que não são atribuídas ao artista original da gravação. Há uma versão de “Without Me” de Halsey, por exemplo, com mais de 6 milhões de streams no Spotify. Também há uma versão modificada de “Something Just Like This” de Coldplay e The Chainsmokers, com mais de 12 milhões de reproduções.
Não é difícil encontrar mais exemplos: uma busca rápida no Spotify antes deste podcast revelou uma versão acelerada de “Beauty and a Beat” de Justin Bieber e Nicki Minaj, com mais de 8 milhões de streams, e uma versão acelerada de “Bloody Mary” de Lady Gaga, com mais de 25 milhões de streams. Em todos esses casos, o artista creditado em cada faixa não é o artista original em questão.
O problema não está apenas nas plataformas de conteúdo gerado pelo usuário (UGC), mas também em plataformas de streaming legítimas. E todas essas faixas têm que passar por algum tipo de intermediário de distribuição.
Na atualidade, os distribuidores geralmente fazem o mínimo absoluto para verificar, porque as plataformas não os pressionam a fazer melhor. No entanto, isso muda quando se trata de modelos de pagamento alternativos, como o modelo centrado no artista.
No cerne dessa questão, estão as plataformas de streaming, que deveriam ser as responsáveis pelo controle de qualidade. É uma questão de motivação: se as plataformas começarem a priorizar essa questão, o problema será resolvido.
Portanto, é possível resolver esse problema, e a tecnologia já existe para isso. É uma questão de incentivo e vontade das partes envolvidas.
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